Amy Winehouse morreu de sede

No último sábado faleceu na cidade de Londres a cantora Amy Winehouse. Dona de um talento indiscutível e de um estilo musical que contava com elementos do jazz, soul e ska, Amy faleceu aos 27 anos deixando fãs e uma família “ devastada”, como mesmo disse o pai de Amy. Assim, como outros músicos e cantores famosos, Winehouse teve sua morte prematura atribuída inicialmente a uma overdose.

Durante a sua curta carreira, o talento de Amy foi colocado em segundo plano para dar lugar ao grande número de escândalos e situações vexatórias protagonizadas por ela. Internações em clínicas de reabilitação, aparição em shows altamente alcoolizada e agressões eram cada vez mais presentes na vida da cantora, sinalizando as trilhas de um caminho de morte. A maioria das pessoas atribui a morte de Amy ao seu envolvimento com drogas e álcool e até mesmo a dita “maldição dos 27 anos”. Especulações e certezas a parte eu acredito que Amy morreu de sede, sede de contentamento. Um dia você se dá conta que têm muita sede e sendo assim, vai com seu odre até o poço e busca água. Pouco tempo depois de ter bebido daquela água você percebe que ela não foi suficiente para matar a sede. Pouco tempo depois você está lá, buscando mais água. Pela terceira, quarta, quinta, sexta vez você volta àquele poço para buscar mais e mais água e se dá conta que a água que você busca naquele lugar, nunca, nunca é o bastante. Nunca é o suficiente, nunca mata a sede, nunca te trás satisfação e contentamento. Em um dia você busca dinheiro naquele poço achando que matará a sua sede. Ainda, sem estar satisfeito volta muitas e muitas vezes buscando saciar a sua necessidade com cada vez mais dinheiro. Não sendo o dinheiro a verdadeira “água da saciedade” você busca matar a desesperadora sede em relacionamento amorosos aos montes e a noitadas intermináveis. A grande surpresa é saber que no domingo a noite, quando tudo acaba, a garganta continua seca e seca. Alguns outros tentam se satisfazer bebendo e usando todo e qualquer tipo de drogas, como foi o caso de Amy. A sede só ia aumentando e nada funcionava. De relacionamentos destrutivos ao álcool, do álcool a drogas cada vez mais pesadas até que a jovem e talentosa moça foi se deteriorando, dia após dia.  A sede de Amy foi o que a matou.

Há uma história antiga de uma mulher na cidade samaritana de Sicar. Esta mulher, assim como Amy, eu e você também teve sede, muita sede. Assim, lá estava ela todos os dias com seu odre em busca de água a fim de matar aquela sede que nunca tinha fim.

“ ... aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede ;pelo contrário,a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” João 4: 14

Mais uma vez naquele poço, aquela mulher encontrou um homem. Um judeu que destituído de todo e qualquer preconceito e munido de um amor infinito ofereceu-lhe águas vivas.

Assim, ela nunca mais teria sede e nunca mais precisaria voltar àquele poço sempre e sempre, sempre, sempre, com mais e mais e mais sede. Nunca mais precisaria buscar no dinheiro, na bebida, nas drogas, nas madrugadas, aquilo que lhe foi oferecido de graça, pela Graça e que iria não só acabar com a sua sede, mas iria encher a sua vida de contentamento.  A fonte de águas vivas está a jorrar sempre para quem quiser dela beber. E o homem que estava no poço continua lá, para mim e para todos. Também esteve lá por Amy o tempo todo, oferecendo águas vivas e um amor impossível de imaginar. Ela, no entanto, não bebeu desta água e acabou por morrer de sede. O judeu que ofereceu, e continua a oferecer águas vivas era Jesus.  A fonte não cessa e continua a jorrar, basta decidir estender as mãos e dela beber.

“   ... se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá me de beber, tu lhe pedirias,  e ele te daria água viva” João 4: 10

 Eu também já estive no poço algumas vezes, querendo matar minha sede. Mas um dia, encontrando Jesus lá, ele também me deu de beber e desde então meu odre está continuamente cheio, dia após dia, e eu nunca mais tive sede.

[i] Débora Vales é cristã, metodista e cientista social. Atualmente congrega em uma igreja metodista na cidade de Belo Horizonte.  Contato: deboracv86@hotmail.com

Referências:

Bíblia Sagrada. Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri-SP: Sociedade Bíblia do Brasil , 1993.

Débora Cerqueira Vales[i]