Não foi assim que eu planejei, Deus. De jeito nenhum. Meu filho
nascendo num estábulo? Não foi assim que eu imaginei que seria. Uma
gruta com ovelhas e jumentos, feno e palha? Minha esposa dando à luz
com somente as estrelas para ouvir a sua dor?
Não foi assim que eu imaginei. Não, eu imaginei família. Eu imaginei
avós. Eu imaginei vizinhos na porta e amigos ao meu lado. Eu imaginei
a casa ecoando com o primeiro grito do bebê. Tapinhas nas costas.
Grandes gargalhadas. Júbilo.
Foi assim que eu imaginei que seria.
Mas, agora...Quem vai comemorar conosco? As ovelhas? Os pastores?
As estrelas?
Isso não parece certo. Que tipo de marido sou eu? Eu não providenciei
nenhuma parteira para minha esposa. Nenhuma cama para descansar as
costas dela. O travesseiro dela é a manta de um jumento.
Será que eu não entendi alguma coisa? Será Deus?
Quando o Senhor enviou o anjo e falou do filho nascendo – não era
isso que eu esperava. Eu imaginei Jerusalém, o templo, os sacerdotes,
e o povo reunidos para testemunhar. Um espetáculo talvez. Um desfile.
Pelo menos um banquete. Convenhamos (Afinal), esse é o Messias!
Ou, pelo menos, se não nascido em Jerusalém, que tal Nazaré? Não
teria sido melhor em Nazaré? Pelo menos lá eu tenho minha casa e
minha profissão. Aqui fora, o que é que eu tenho? Um jumento cansado,
uma pilha de lenha, e um pote de água aquecida. Não era assim que eu
queria que fosse!... Perdoe-me por perguntar, mas... é assim que Deus
entra no mundo? A vinda do anjo eu aceitei. As perguntas que as
pessoas fizeram sobre a gravidez eu pude tolerar. A viagem até Belém,
tudo bem. Mas, por que o nascer num estábulo, Deus?
A qualquer minuto Maria vai dar à luz. Não um filho, mas o Messias.
Não um nenê, mas Deus. Foi isso que o anjo falou. É isso que Maria
acredita. E, Deus, meu Deus, é isso que eu quero acreditar. Mas, você
tem que entender; não é fácil. Tudo parece tão…tão … tão estranho.
Eu não estou acostumado com estranheza, Deus. Sou carpinteiro. Eu
faço coisas se encaixarem. Eu esquadro as bordas. Eu sigo a linha do
corte da madeira. Eu meço duas vezes antes de cortar. Surpresas não
são os amigos de um construtor. Eu gosto de conhecer o plano. Eu
prefiro ver o plano antes de começar.
Mas, desta vez eu não sou o construtor, não é verdade? Desta vez sou
uma ferramenta. Um martelo em sua mão. Um prego entre seus dedos. Um
cinzel em suas mãos. Este projeto é seu, e não meu.
É tolice eu lhe questionar. Perdoe minha dificuldade. Confiar não vem
fácil para mim, Deus. Mas, o Senhor nunca disse que seria fácil, não
foi?
Só mais uma coisa, Pai. Aquele anjo que o Senhor enviou? Há alguma
possibilidade de o Senhor mandar outro? Se não for um anjo, pelo
menos uma pessoa?
Eu não conheço ninguém por aqui, e ter um pouco de companhia seria
bom. Talvez o dono da hospedaria, ou um viajante? Até um pastor seria
bom.
de Max Lucado
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sejam bem vindos podem comentar a vontade