Em Lanterna Verde, os estereótipos são usados sem nenhum remorço, nada de tão grave, o roteiro (escrito a 9 mãos) só pesa mesmo na hora de desenvolver os personagens.
Hal é um cara difícil de se compreender, teme coisas que não deveria temer (por conta de um trauma do passado) e desteme coisas que deveria temer, como voar pelo universo por exemplo. Embora a possível superação de seus medos esteja prensada na personalidade do rapaz, as intrigas criadas para o personagem não são convincentes. Isso sem contar que Ryan Reynolds é como Ben Affleck, carece de um personagem muito bem desenvolvido para conseguir ser carismático.
Outro personagem falho é a jovem Carol, colega, ex-namorada de Hal e filha do dono da empresa. Vivida pela bela Blake Lively, Carol também carece de muita simpatia. Vive mudando de idéias, faz uma química morna com Hal e no conjunto, pouco acrescenta a trama. Sem contar que a moça é ainda mais chata quando tenta dar seus discursos de superação.
Peter Sarsgaard por outro lado consegue compor a solidão de Hector Hammond, um sujeito oprimido, de poucos amigos e com um relacionamento falho com o Pai. Mas ainda assim o personagem se torna defeituoso quando sua transação de homem comum para vilão acaba passando de forma batida e pouco questionada.
Muitos coadjuvantes são atirados na trama, mas uma hora ou outra acabam esquecidos, como é o caso da Dra. Waller (Angela Bassett), do amigo Tom (Taika Waititi) e no pior caso, a família de Hal, que aparece em apenas uma cena e depois é descartada. Entre os coadjuvantes salvam-se Sinestro (Mark Strong), o líder da tropa dos lanternas e o Senador Hammond (Tim Robbins)
